Câmara lotou, mas projeto nem estava na pauta
A informação de que a discussão sobre a continuação da Guarda Municipal seria nesta quarta-feira foi amplamente repercutida nos últimos dias por populares, autoridades e funcionários públicos municipais. A imprensa local, de forma quase unânime, também divulgou – este site inclusive.
Hoje, por volta das 8h, o recinto da Casa começou a ser povoado. Aos poucos, autoridades, funcionários públicos, estudantes e população foram preenchendo as vagas disponíveis aos espectadores. O comandante da Guarda Municipal, Amauri Júnior, se fez presente e foi calorosamente aplaudido ao adentrar o espaço. Aberta a sessão, minutos depois foi lido um comunicado do presidente da Casa, esclarecendo que o projeto ainda estava em tramitação em uma comissão, ou seja, não poderia ser votado pelo plenário.
Instantes após, um vereador lia um outro projeto de lei enquanto os presentes esvaziavam o local, sob vaias. Em cerca de 30 minutos quase todos saíram, restando apenas poucas pessoas no ambiente, além dos vereadores e funcionários da própria Câmara. Não foi confirmada oficialmente uma data para a votação do projeto, mas acredita-se que poderá ocorrer no dia 28, próxima quarta.
O vereador George Tanajura ressaltou que a Guarda Municipal está garantida até 31/12/2018 e o Legislativo tem até essa data para votar o projeto. Caso não seja aprovado, em 1º de janeiro o Executivo não poderá contratar os guardas provisoriamente (sem concurso), ou seja, a Guarda deixaria de atuar.
Toda essa situação foi proporcionada por falha na comunicação, tanto de autoridades e funcionários públicos quanto da imprensa. O comunicado do presidente da Câmara, já na sessão, foi, a nosso ver, totalmente atrasado. Teria que ter sido feito antes. Ciente de toda a repercussão, caberia à Casa enviá-lo ainda ontem à todos os veículos e profissionais da imprensa local, esclarecendo a situação (imprensa essa, aliás, que estava em massa lá presente nesta manhã), ou tê-lo divulgado no site oficial da Câmara de Vereadores.
A imprensa também falhou e é preciso reconhecer. A informação deveria ter sido confirmada com fontes primárias – no caso, o presidente da Câmara – antes da divulgação.
Fica de lição a todos os envolvidos. A menos culpada nessa história é a população.