Coluna da Cathê
Por mais crianças despertas no mundo
Quando crianças, sonhávamos que a vida seria como nos contos de fadas famosos que assistíamos: um príncipe sempre estaria reservado para uma princesa. Nós meninas crescemos acreditando que ser princesa era ser perfeita. Não só na beleza, mas também nos gestos, na paciência, na generosidade, e exigíamos de nossos pais que nossos aniversários fossem sempre de princesas, porque elas, sim, representavam a mocinha bonita e bondosa.
Hoje com 31 anos ao assistir novamente aos contos da “Disney”, me pego observando detalhes que intrinsecamente foram implantados em nosso subconsciente através desses desenhos.
A mulher perfeita não é a princesa, a mulher perfeita, na verdade, não existe. A perfeição pregada desde a nossa infância talvez seja o que nos frustra na adolescência, quando descobrimos que não existem príncipes encantados e que a vida exige de nós muito mais do que os contos com milhares de passarinhos cantando nas árvores.
A vida exige coragem, exige sair da zona de conforto que as princesas vivem na TV. A vida é cobrança dia a dia e não é possível fugir disso enquanto aqui no planeta terra vocês estiverem.
Tenho dois filhos que são fanáticos pelos super-heróis mais famosos e eu já conversei com eles que aquilo é arte, é lúdico, e que na vida SER HOMEM é muito mais do que ter super poderes para destruir um vilão numa pequena cidade. E, desde já, nós três dialogamos sério sobre o papel do ser humano na sociedade e em sua vida social. Mas para quebrar o clima, meu filho mais novo certa vez me disse: “Mas mãe, você é a mulher maravilha porque sempre consegue fazer a gente falar a verdade”. As risadas seguiram por horas e até hoje esse é o meu nome em casa.
Mas voltando para a ilusão dos desenhos infantis, quantos casos de crianças pequenas que se machucaram e até morreram por interpretarem de forma errada os contos ou acreditarem que eram iguais a eles.
Resumindo, quis escrever isso para que os pais conversem mais com os seus filhos sobre isso de super-heróis, príncipes, princesas e afins.
Podemos ser tudo o que queremos, mas existem a luta, o foco e as regras sociais. Além de sermos orgânicos!
Por mais crianças despertas no mundo.