Paramirim: baixa procura pela segunda dose preocupa profissionais da Saúde e pode colocar em risco validade de imunizantes da Pfizer
Desde o início da pandemia de covid-19, cientistas de todo o mundo vêm unindo esforços na busca por imunizantes que ajudem a reduzir a propagação do novo coronavírus e evitar mais casos graves e mortes.
Atualmente, das vacinas disponíveis contra a doença, apenas a da Janssen é aplicada em dose única. As demais, como as da Pfizer, AstraZeneca/Fiocruz e CoronaVac/Butantan, são aplicadas em duas doses.
Isso ocorre porque, durante os testes desenvolvidos pelos laboratórios, ficou comprovado que a resposta clínica era mais satisfatória quando havia uma aplicação extra do imunizante.
Por esse motivo, segundo imunologistas, as pessoas que não completam o ciclo vacinal, ou seja, não tomam as duas doses recomendadas, não têm a imunização esperada e ficam mais propensas à infecção.
Apesar desses alertas, tem sido crescente, em vários países, o número de pessoas que não voltam aos postos de vacinação após receberem a primeira dose — somente no Brasil, atualmente, 17 milhões estão com a segunda dose arrasada.
Em Paramirim não tem sido diferente. Na última quarta-feira (29), das 234 pessoas esperadas para receber a segunda dose da Pfizer, apenas 160 compareceram ao drive-thru na Orla da Lagoa.
Além da baixa proteção devido ao ciclo vacinal incompleto, outro fator preocupa os profissionais da Saúde do município, especialmente do setor de Imunizações: a validade das vacinas.
Isso porque, no caso específico da Pfizer, a validade das doses é de 30 dias após o descongelamento, etapa que ocorre ainda em Salvador, antes da distribuição para os municípios.
Por questões de logística, os lotes descongelados demoram de um a dois dias para chegarem a Paramirim. Após o recebimento, eles ainda precisam ficar armazenados por ao menos um dia (período necessário para convocar os públicos-alvos).
Na prática, portanto, o município tem menos de 30 dias para aplicar as vacinas. Por isso, se a baixa adesão persistir, elas podem perder a validade, o que traria prejuízos significativos e prejudicaria o andamento da campanha de Imunização.
Apesar de a preocupação ser maior em relação aos imunizantes da Pfizer, a baixa adesão não se restringe a essa marca. AstraZeneca e CoronaVac também tiveram queda na procura durante a última semana.
Recentemente, o Ministério da Saúde decidiu pela antecipação da segunda dose da Pfizer para 8 semanas (56 dias) e, por esse motivo, é fundamental que as pessoas compareçam para tomar a segunda dose no dia convocado, conforme a data de aplicação da primeira.