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Paramirim: MPF denuncia prefeito e servidores por supostas irregularidades em licitações, diz jornal; Prefeitura nega acusações

O jornal Correio publicou nessa segunda-feira (17), em seu site, uma reportagem noticiando que o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra o prefeito de Paramirim e servidores municipais por supostas irregularidades em licitações para contratação de transporte escolar no ano de 2017.

Segundo o veículo, a denúncia foi oferecida no dia 8 de julho ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O Paramirim Agora não conseguiu acesso à peça do MPF, por não estar disponível para consulta pública no portal do TRF-1, mas reproduz a seguir os principais trechos da reportagem do Correio.

O que alega o Ministério Público, segundo o jornal

O Correio diz:

“Além do gestor Gilberto Martins Brito (PSB), foram denunciados o secretário municipal de educação, Domingos Belarmino da Silva; o coordenador do transporte escolar, Diego de Jesus Oliveira; o pregoeiro Célio Damaceno de Morais; a controladora interna do município, Joanna de Ângelis Novais Costa; e os empresários Paulo da Silva Lima Júnior e Harlei de Souza Cardoso.

Os denunciados deverão responder por frustração e fraude no procedimento licitatório, afastamento de licitante e desvio de verbas públicas, segundo o MPF. O órgão requer a fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados pelos crimes em R$ 673 mil e a decretação da perda de cargo e mandato eletivo, assim como a inabilitação dos denunciados, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação.”

O jornal prossegue:

“De acordo com o MPF, foi verificada a presença de um modus operandi conhecido: são contratadas empresas sem capacidade financeira ou operacional, mas que prestam-se a intermediar a contratação de mão de obra avulsa e sem nenhum vínculo profissional e técnico e que executam serviços a preços inferiores àqueles pagos pelo município, gerando um lucro algumas vezes muito significativo, objeto de desvio e malversação.”

“Segundo o inquérito policial, no pregão realizado em fevereiro de 2017, houve direcionamento à empresa Lima Transportes, uma vez que outra empresa teve a melhor proposta da 1ª a 20ª rodada de lances e não foi a vencedora.

As investigações apontaram ainda indícios de superfaturamento. Somados o contrato e o aditivo, a empresa recebeu R$ 1.695.783,02, enquanto os investigadores consideravam o valor correto em R$ 1.318.999,78. Ainda, a licitação teria sido estimada em R$ 1,4 milhão, sem prévia pesquisa de preços para embasar o procedimento licitatório.

Outro contrato para prestação de serviço de transporte escolar entrou na mira da investigação. Em outubro de 2017, o secretário municipal de educação iniciou procedimento licitatório para contratar empresa que ofereceria serviço para complementar o calendário escolar de 2017, com valor estimado de R$ 210 mil.

A investigação, no entanto, apontou quebra na competitividade licitatória. A empresa Lima Transportes e Serviços LTDA – ME saiu vencedora após desclassificação e desabilitação das duas primeiras colocadas, que tinham as melhores ofertas. Em um dos casos, a proposta foi considerada inexequível pelo pregoeiro, mas a denúncia do MPF comprovou o contrário.”

O que diz a Prefeitura de Paramirim

O Paramirim Agora entrou em contato com a Prefeitura de Paramirim solicitando o posicionamento do prefeito e dos servidores citados na reportagem. Na noite desta terça-feira (19), a Assessoria de Comunicação do município enviou ao site a seguinte nota:

“A prefeitura municipal de Paramirim, após tomar conhecimento por meio da imprensa, de possível denúncia cuja autoria fora atribuida ao Ministério Público Federal, informa que está absolutamente tranquila quanto a legalidade dos atos praticados em licitação tendo como objeto a contratação de transporte escolar para o ano 2017.

Sobre o serviço, informamos que no ano letivo 2016 fora previsto, através do Decreto nº 010/2016, locomoção de 3.143 Km por dia, referente ao percurso integral das linhas integrantes do transporte escolar. Em contraponto, no ano letivo 2017, executado pela atual gestão, verificou-se existência real de apenas de 2.717 Km, ou seja, significativa diferença de 425 Km por dia

Ressaltamos que todo o serviço contatado fora integralmente prestado, contando com qualidade infinitamente superior ao observado em anos anteriores, conforme observado por toda a população.

Informamos, ainda, que até o momento o municipio não teve acesso a eventual denúncia, portanto não nos fora oportunizado o direito de defesa pelo Ministério Público Federal. Causa estranheza o fato de, em que pese a alegada denúncia ter sido produzida em procedimento sigiloso, ter sido divulgada ante do conhecimento dos eventuais interessados.

A atual administração municipal, a exemplo do que fez nos últimos seis anos, continuará respeitando o dinheiro público. Fiquem tranquilos, temos confiança que ao final A VERDADE PREVALECERÁ.”

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