Aos 92 anos e ainda ativo na política, José Leão assume comando do União Brasil em Paramirim
Vocação. Do latim “vocatio”, talento, aptidão natural para executar algo. Diz-se vocacionado aquele que encontra sentido e realização existencial desempenhando determinadas atividades. Pode-se dizer, sem hesitação, que é o caso de José Barbosa Leão com a política.
Filho de Antônio Olintho Leão e Maria da Anunciação Barbosa Leão, nasceu em 22 de janeiro de 1930. Comerciante desde os 18 anos, mantém uma das mais antigas empresas em atividade no município, a loja de tecidos Casa Barbosa Leão, adquirida por ele na década de 1960.
Ingressou na política como candidato a vereador, em 1972, filiado à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), sendo eleito com 450 votos em um universo de aproximadamente 4 mil eleitores. Por sua atuação na Câmara, ganhou ainda mais notoriedade. Quatro anos depois, em 1976, no mesmo partido (sublegenda 2), concorreu pela primeira vez ao cargo de prefeito, vencendo Antônio Leão Cayres por 272 votos de diferença.
Recorda com nostalgia de quando recebeu a transmissão do cargo diretamente do então prefeito Ulysses Azevedo Bittencourt, um grande adversário político à época. “Ele me transmitiu o cargo e me cumprimentou, desejando boa sorte. Naquela época havia mais civilidade.”
Sempre manteve estreitos laços políticos e de amizade com Antônio Carlos Magalhães, de quem fala com admiração. Narra em detalhes encontros e reuniões que teve com o ex-governador.
Cumpre abrir um parêntese para mencionar que em 1980, após a extinção do bipartidarismo, a ARENA se transformou em Partido Democrático Social (PDS), que, posteriormente, dividiu-se em Partido Progressista Reformador (PPR) e Partido da Frente Liberal (PFL), este último criado após dissidência de alguns membros influentes do diretório nacional.
Em seu primeiro mandato, Leão governou até 31 de janeiro de 1983. Não havendo reeleição, apoiou Durval Marques Leão (PFL), seu amigo pessoal, que se sagrou vitorioso.
Na eleição seguinte, em 1988, já filiado ao PFL, que tinha ACM como líder na Bahia, disputou novamente a prefeitura, desta vez contra Gilberto Martins Brito, à época com 35 anos, vencendo por uma diferença de apenas oito votos, em um dos pleitos mais acirrados da história do município.
Deixou o cargo em 1992, mas não deixou a política. Disputou novamente em 1996, tendo como principal adversário Júlio Bernardo Brito Vieira Bittencourt, de quem hoje é aliado. Não venceu, mas, nos bastidores, seguiu e continua atuante.
Atualmente com 92 anos, tornou-se no mês passado presidente do diretório municipal do União Brasil, sucessor do PFL/DEM. Conta que foi escolhido diretamente por ACM Neto, pela história que teve no PFL e a relação de amizade com o avô do agora candidato a governador. Nesse domingo (11), inclusive, com todo o gás, participou da inauguração do comitê de Neto em Paramirim.
Cumpre, pois, as palavras de Oprah Winfrey: “Todo mundo tem uma vocação. E seu trabalho real na vida é descobrir o mais rápido possível qual é essa vocação, e começar a honrar isso da melhor maneira possível para si mesmo”.