Siga-nos

Artigo

O porquê do nome ‘Morro do Fogo’

Conta-se que garimpeiros foram guiados àquele local por uma enorme fogueira, que eles avistaram no pico da serra.

Foto: Luiz Carlos Marques Cardoso/Focado em Você

Foto: Luiz Carlos Marques Cardoso/Focado em Você

Comenta-se que os garimpeiros que estavam na época à procura de ouro chegaram naquele lugar, onde havia sinais de grandes jazidas. Só que havia um empecilho para eles: o local era deserto por moradores, mas frequentado por inúmeros animais ferozes – onças pintadas e serpentes venenosas em grandes quantidades –, que tornavam impossível a permanência dos garimpeiros.

Eles procuraram uma forma de permanecer naquele local, fazendo várias fogueiras, que ficavam acesas a noite toda, a fim de afugentar aqueles animais, para não serem devorados por eles. E essa é a primeira versão: pelo fato de tantas fogueiras, o local ganhou o nome de “Morro do Fogo”.

Outra hipótese para essa denominação, contrária à primeira, é que os garimpeiros chegaram àquele local guiados por uma enorme fogueira, que eles avistaram a uma grande distância, no pico da serra. Eles andaram por mais de 50 quilômetros em direção àquela fogueira, mas foram surpreendidos ao chegar no local: lá não havia fogo nenhum. Apenas uma planície sem matos, entre um pico e outro da serra.

Foram em busca de geólogos, a fim de desvendar aquele “mistério”. Os profissionais escavaram o local para ver se descobriam o que era aquilo. Era tamanha a perplexidade que nem eles entendiam. A justificativa que deram é que aquela “fogueira” era o reflexo da luz solar refletida em algum tipo de minério lá existente. Mas não era isso.

Há mais ou menos uns 70 anos atrás, eu ainda adolescente já participava das festas do Morro do Fogo. No dia 16 de julho, missa em Louvor a Nossa Senhora do Carmo, e dia 17, missa em Louvor a Nossa Senhora do Rosário. Além de outras atrações, como culto à noite e procissão, batizados e casamentos durante todo o dia.

Numa destas visitas, acompanhei dois senhores que, como eu, tinham como destino a Festa do Morro do Fogo. Estavam parados, admirando aquele fenômeno, quando um deles perguntou ao outro se aquele “fogo” poderia ser visto à noite.

— Sim, respondeu seu amigo.

E continuou:

— Certa vez, fomos fazer um sepultamento no cemitério ao lado da Igreja, e quando terminamos já era a noite. E ao passarmos neste mesmo local, avistamos aquela “fogueira” ainda mais visível. Parecia ainda mais alta, e suas labaredas hora soltavam línguas de fogo, como se fosse uma fogueira de verdade.

Ali a versão dos geólogos foi desmentida.

E o que era aquilo? É um mistério.

Para acreditar, é preciso ir até lá e conferir…

 


*Armindo José Nardes é técnico em prótese dentária pelo Instituto Científico de Química do Rio de Janeiro. Mora em Rio do Pires (BA).

Participe do nosso grupo privado e receba notícias em primeira mão no WhatsApp

Entrar para o grupo